7 de nov. de 2010

Dom Murilo nos fala da Carta do Papa aos Seminaristas


"É interessante nossos fiéis conhecerem o que a Igreja espera de seus seminaristas, já que no futuro eles serão os sacerdotes que estarão à frente de nossas comunidades”

Dia 18 de outubro passado, o Papa Bento Bento XVI presenteou os seminaristas com uma inesperada carta. Vou aqui resumi-la, pois penso ser interessante nossos fiéis conhecerem o que a Igreja espera de seus seminaristas, já que no futuro eles serão os sacerdotes que estarão à frente de nossas comunidades.

A carta aos seminaristas parte de seis pressupostos: (1) os homens sempre terão necessidade de Deus; (2) Deus é tão grande que tem tempo para nossas coisas mais insignificantes; (3) Deus se mostrou a nós em Jesus Cristo; (4) Deus precisa de homens que vivam para Ele e o levem aos outros; (5) o mundo tem necessidade de sacerdotes; (6) o Seminário é uma comunidade que prepara para o serviço sacerdotal.

Em base a esse fundamento, Bento XVI destaca catorze elementos importantes em um Seminário – isto é, valores que cada seminarista deverá cultivar: (1) tornar-se um homem de Deus; (2) relacionar-se pessoalmente com Deus em Jesus Cristo; (3) transformar-se não em administrador de uma associação qualquer, mas em mensageiro de Deus no meio das pessoas; (4) “rezar sempre” – isto é, conservar continuamente um contato interior com Deus; (5) escutar Deus na leitura da Sagrada Escritura, para tê-lo diante de si como ponto de referência na própria vida; (6) receber os sacramentos, pois neles Deus se dá a cada um em pessoa, através de elementos corporais; (7) fazer da Eucaristia o centro de sua relação com Deus; (8) valorizar a Penitência, para aprender a ter sobre si o olhar de Deus; (9) desenvolver uma sensibilidade pela piedade popular, grande patrimônio da Igreja; (10) valorizar o estudo, para conhecer profunda e integralmente a Sagrada Escritura; para conhecer os santos Padres e os grandes Concílios; para compreender os diversos conteúdos da fé na sua unidade (dogmática); para conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica; para conhecer as várias comunidades cristãs (teologia ecumênica) e as grandes religiões; para compreender o indagar e o questionamento humano (filosofia) ao qual a fé quer dar resposta; para compreender e amar o direito canônico; para ancorar a teologia na comunidade viva da Igreja; (11) buscar a maturação humana, a fim de ser humanamente “íntegro” e, especialmente, integrar a sexualidade no conjunto da personalidade; assim, refletir sobre o celibato, para compreender se este caminho é a vontade de Deus “para mim” e praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus, deixando- se purificar por ele; (12) considerar o Seminário como uma comunidade em caminho, que está acima das várias formas de espiritualidade (movimentos); (13) ver o Seminário como um período em que se aprende um com o outro e um do outro; e (14) colocar-se sobre a proteção materna de Maria Santíssima, cuja casa em Nazaré foi escola de bem e de graça.

Como podem ver, a carta de nosso Papa aos seminaristas é um programa de vida não só para eles, mas para nossos próprios sacerdotes.

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